Um não-lugar do ponto de vista do antropólogo Marc Augé, são lugares que
devido ao constante fluxo de pessoas não apresentam uma identidade cultural
única/fixa, representa um espaço de passagem
incapaz de dar forma a qualquer tipo de identidade.
Baseada nessa definição eu decidi dissertar sobre as
linhas de metrô. Todos os dias inúmeras pessoas passam de uma linha para outra,
muitas passam despercebidas no meio de tanta gente, somos todos desconhecidos e
anônimos; afinal, quem espera encontrar o Keanu Reeves sentado logo ao seu
lado?
São varias pessoas, a maioria simplesmente seguindo
mais um dia cotidiano, são varias histórias, algumas inusitadas e outras nem
tanto. Muitas vivencias, percepções e noções, mas nenhuma troca verbal de fato,
apenas gestos e olhares que naquele momento dizem tudo.
Os metrôs são povoados de viajantes em trânsito. Solitários,
saltando de linha em linha nesses espaços de ninguém. Nesse não-lugar livre de
identidades.